sexta-feira, 1 de maio de 2009

CRISE NA TV BRASIL

Por FSP / Fórum / OESP em 28/4/2009 Daniel Castro
Reproduzido da Folha de S.Paulo, 28/4/2009,

"Diretor critica `má gestão´ da TV Brasil e é demitido"

O cineasta Leopoldo Nunes diz que foi demitido na última sexta (24/4) do cargo de diretor de programação e conteúdo da TV Brasil – a TV pública criada pelo presidente Lula em 2007 – após a publicação de uma entrevista em que ele fez sérias críticas à gestão da emissora.

Na entrevista ao site da revista Fórum [ver abaixo], Nunes acusou a presidente da TV Brasil, Tereza Cruvinel, de conduzir uma gestão "ineficiente" e autoritária. À Folha, Nunes afirmou que Cruvinel, para boicotá-lo, devolveu aos cofres da União, em 2008, R$ 18 milhões, dinheiro que ele queria usar em programação. Cruvinel, diz Nunes, não conseguiu usar todo o orçamento (R$ 340 milhões).

Nunes afirma também que Cruvinel "rasgou" R$ 100 milhões em recursos que viriam de editais da Ancine (Agência Nacional do Cinema) e do Ministério da Cultura. "Ela criou tantos problemas que esse dinheiro foi devolvido", acusa Nunes é o terceiro diretor a deixar a TV Brasil. Antes, saíram Orlando Senna e Mário Borgneth. Em comum, eles têm visão de TV pública alinhada com a de Gilberto Gil. Bateram de frente com a visão de Cruvinel e Franklin Martins (Comunicação Social), que seria, diz Nunes, "comercial".

"[Cruvinel] É uma pessoa extremamente difícil, sem qualquer compromisso com o projeto [de TV pública]. Ela não entende de conteúdo", disse Nunes à Folha.
A assessoria de Cruvinel nega que Nunes tenha sido demitido por causa da entrevista. Afirma em nota que o diretor foi comunicado de sua demissão em 13 de abril.

A assessoria sustenta que a emissora "executou praticamente 100%" do orçamento. "Mais importante do que gastar tudo é gastar com qualidade e corretamente", diz a nota.

Afirma também que é "falacioso e desonesto" dizer que a TV Brasil deixou de usar R$ 100 milhões em editais, porque parte desse dinheiro seria descontada do orçamento e a outra parte não foi captada por "falta de base legal". Por fim, diz que "boas práticas de gestão não podem ser confundidas com autoritarismo".

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